quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
né?!
terça-feira, 13 de outubro de 2009
(tem acontecido com frequência)
de vez em quando Deus me tira a poesia. olho pedra, vejo pedra mesmo - Adélia Prado.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
da falta
A calmaria pode parecer despreparo. E de certa forma o é. As palavras sentem fome. Fome de dores, fome de sonhos, fome. É preciso penetrar na sede do mundo para, só então, saciar a própria sede.
domingo, 6 de setembro de 2009
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
será?
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
terça-feira, 4 de agosto de 2009
sexta-feira, 31 de julho de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Não ser
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Vida-a-vida V
Hoje, acordei com uma vontade de ser. Uma ansiedade cara. Nem passava das seis e eu já estava de pé. Os vizinhos, ainda ausentes, entremeados por seus lençóis baratos, respiram indiferentes ao meu fulgor juvenil. Sinto o ar fresco e rarefeito da quarta segunda-feira de julho com um leve e longo espreguiçar. Sigo para preparar o café. Ligo o rádio baixinho e sussurro a cadência de um concerto de Haydn que há algum tempo estudei. Vou trabalhar sem peso, saboreando o gosto simples de existir.
Bem no clima: http://www.youtube.com/watch?v=fTQR8KXotEk
Bem no clima: http://www.youtube.com/watch?v=fTQR8KXotEk
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Elo
Percebo que não há nexo no nexo das coisas. Apenas existências, corredores, saídas. Um dia acordamos néctar, no outro massa, no outro água. Há a impaciência e a imprudência. Há a agonia e a fome. Há o aconchego trôpego que faz cessar a lágrima da criança. Tudo é vida. Tudo é.
Assim, meio Janis Joplin:
http://www.youtube.com/watch?v=JjD4eWEUgMM
Assim, meio Janis Joplin:
http://www.youtube.com/watch?v=JjD4eWEUgMM
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Grito
Tenho períodos relativamente longos de atrofia. O pensamento, as sensações, a dor, o sorriso, pregados um ao outro, são como lajes de concreto batido, apáticos, estéreis. Dessa massa informe, a única cria: o silêncio – amigo das horas duras, de quando não se sabe o porquê ou o como. Um silêncio grave, necessário.
Eu, entretanto, busco. Insisto em extrair de um nada a voz de um mundo turvo. Cavo no pulsar das minhas próprias veias, cujo sangue jorra sem que eu precise ordenar, a palavra. Canso. A ânsia de revelar me abate, fundo.
Cegos perdidos sem seus guias e eu aqui entre eles.
Pulso.
Eu, entretanto, busco. Insisto em extrair de um nada a voz de um mundo turvo. Cavo no pulsar das minhas próprias veias, cujo sangue jorra sem que eu precise ordenar, a palavra. Canso. A ânsia de revelar me abate, fundo.
Cegos perdidos sem seus guias e eu aqui entre eles.
Pulso.
terça-feira, 14 de julho de 2009
Revolta
Sinto a dor do que perdi sem me dar conta. É noite. Em casa, busco o alento escondido entre as fronhas amassadas pela insônia. O ar seco faz ecoar um canto de coruja ao longe. Já passa das dez. As lâmpadas apagadas aproximam a escuridão óbvia lá de fora. Deixo-me acompanhar. O único resgate possível é mesmo o da minha própria companhia – escura. Respiro em ondas de paz e pavor. Basto-me por segundos. Mato-me por minutos. Por que não me botaram para dormir quando era tempo?
terça-feira, 7 de julho de 2009
sexta-feira, 3 de julho de 2009
terça-feira, 30 de junho de 2009
Se alguém pudesse...
Beatriz
(Edu Lobo/Chico Buarque)
Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha
Será que ela é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva pra sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Aí, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se o arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida
Para ouvir:
segunda-feira, 29 de junho de 2009
quinta-feira, 18 de junho de 2009
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Que o dia termine bem
Acho graça da graça de ser graça, grata, rata das marcas, praga. Pode ser mentira o jeito que rima. Que sina! A vida não é linda, menina? Aquieta, e vai, e mente se preciso for. (Para quem te olha, nunca para quem te sente. Aprende!). Um Deus que existe, mas mora longe, te gosta, sem filtros, e sabe dos medos, dos sustos, dos vultos. Uma mão de cura pode tocar-te agora a alma da alma. Escuta! Seca as lágrimas com mais lágrimas, porque é assim que se vive no mundo de gente. E salta aqueles muros de vez em quando, dando gargalhadas de tirar o fôlego. Abraça!
Voa para aprender a andar. Corre e já poderás engatinhar. Grita.
Um passo de cada vez...
Voa para aprender a andar. Corre e já poderás engatinhar. Grita.
Um passo de cada vez...
segunda-feira, 8 de junho de 2009
quarta-feira, 3 de junho de 2009
sexta-feira, 29 de maio de 2009
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Então...
quinta-feira, 14 de maio de 2009
segunda-feira, 11 de maio de 2009
desconhecer
eu entendo pouco. de mim, de você. entendo pouco o que sinto. e sinto. e desvendo. e descubro. ontem, cantou aquele pássaro verde (que sempre procuro e nunca vejo, mas ouço). na minha imaginação ele é verde, mas talvez amarelo seja. não sei.
gosto de viver os cheiros, as cores, os medos. gosto de conhecer, sem desconhecer (para nao perder a surpresa). e, assim, respiro porque é música, ando porque danço, falo. poesia vivo porque é hoje a vida. do café, da conversa, do abraço, da lágrima, da tpm, da gargalhada.
(Obrigada, Pai, por hoje).
terça-feira, 5 de maio de 2009
Tocando em frente
Ando devagar porque já tive pressa
Levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
É preciso a chuva para florir
(Almir Sater)
Foto: Arquivo pessoal
segunda-feira, 30 de março de 2009
domingo, 22 de março de 2009
terça-feira, 10 de março de 2009
Dia
Silêncio de mar
Manto de ardor
Paz
Quietude que o tempo traz
Brisa que vem e vai
Sossego
(Abandonei a penumbra e fiz-me dia. Por hoje).
Foto: arquivo pessoal
Manto de ardor
Paz
Quietude que o tempo traz
Brisa que vem e vai
Sossego
(Abandonei a penumbra e fiz-me dia. Por hoje).
Foto: arquivo pessoal
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Impressões alagoanas
Olham-me com estranheza. Rostos, antes nunca vistos, incomodam-se com a minha suposta solidão. Indecifrável, nauseante – comentam.
Enquanto meus pés deslizam na maré baixa a areia úmida, quebram-me o silêncio com cochichos e mudanças disfarçadas de lugar – constrangimento camuflado, pena. Retribuo com um sorriso. É a minha doação, em agradecimento. (As intenções não devem ser desprezadas. São as melhores, no fundo).
Escolhi retirar-me só. Não por falta de companhia ou tristeza. Quis, apenas. Não tenho justificativas, ruins ou boas. Não as quero ter. Precisava escutar o vento e o mar.
Foto: arquivo pessoal
Enquanto meus pés deslizam na maré baixa a areia úmida, quebram-me o silêncio com cochichos e mudanças disfarçadas de lugar – constrangimento camuflado, pena. Retribuo com um sorriso. É a minha doação, em agradecimento. (As intenções não devem ser desprezadas. São as melhores, no fundo).
Escolhi retirar-me só. Não por falta de companhia ou tristeza. Quis, apenas. Não tenho justificativas, ruins ou boas. Não as quero ter. Precisava escutar o vento e o mar.
Foto: arquivo pessoal
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Pausa II
“ Revejo pedaços deles, rugas, olhos raivosos, bocas irritadas e sem lábios, mãos grossas e calosas, finas e leves, transparentes. Ouço pancadas, tiros, pragas, tilintar de esporas, batecum de sapatoes no tijolo gasto. Retalhos e sons dispersavam-se. Medo. Foi o medo que me orientou nos primeiros anos, pavor. Depois as mãos finas se afastaram das grossas, lentamente se delinearam dois seres que me impuseram obediência e respeito. Habituei-me a essas mãos, cheguei a gostar delas”.
Graciliano Ramos – Infância
Foto: arquivo pessoal
Graciliano Ramos – Infância
Foto: arquivo pessoal
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Abandono
O outro chora tanto quando está escuro que é capaz de ser confundido com uma criança. Sem mãe.
sábado, 31 de janeiro de 2009
unsexy
Oh these little rejections how they add up quickly
One small sideways look and I feel so ungood
Somewhere along the way I think I gave you the power to make
Me feel the way I thought only my father could
Oh these little rejections how they seem so real to me
One forgotten birthday I'm all but cooked
How these little abandonments seem to sting so easily
I'm 13 again am I 13 for good?
I can feel so unsexy for someone so beautiful
So unloved for someone so fine
I can feel so boring for someone so interesting
So ignorant for someone of sound mind
Oh these little protections how they fail to serve me
One forgotten phone call and I'm deflated
Oh these little defenses how they fail to comfort me
Your hand pulling away and I'm devastated
When will you stop leaving baby?
When will I stop deserting baby?
When will I start staying with myself?
Oh these little projections how they keep springing from me
I jump my ship as I take it personally
Oh these little rejections how they disappear quickly
The moment I decide not to abandon me
(Alanis Morisette - So Unsexy)
Somewhere along the way I think I gave you the power to make
Me feel the way I thought only my father could
Oh these little rejections how they seem so real to me
One forgotten birthday I'm all but cooked
How these little abandonments seem to sting so easily
I'm 13 again am I 13 for good?
I can feel so unsexy for someone so beautiful
So unloved for someone so fine
I can feel so boring for someone so interesting
So ignorant for someone of sound mind
Oh these little protections how they fail to serve me
One forgotten phone call and I'm deflated
Oh these little defenses how they fail to comfort me
Your hand pulling away and I'm devastated
When will you stop leaving baby?
When will I stop deserting baby?
When will I start staying with myself?
Oh these little projections how they keep springing from me
I jump my ship as I take it personally
Oh these little rejections how they disappear quickly
The moment I decide not to abandon me
(Alanis Morisette - So Unsexy)
Foto: arquivo pessoal
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Blá-blá-blá
Li um texto agora que fala sobre compartilhar as miudezas. Compartilhar as miudezas é dividir o inexpressivo, o cotidiano, o pão com manteiga de todos os dias. È não deixar as conversas se pautarem apenas nas grandes decisões ou nos “grandes temas”. Falar de um filme, de um sonho, de uma conversa com alguém querido é, muitas vezes, mais enriquecedor e esclarecedor do que as tais conversas sérias. È no pouco que você desvenda o outro. Nas pequenas coisas. São as atitudes mais simplórias que revelam a nossa essência.
Ninguém é 100% “glamour” 24 horas por dia. Ninguém é brilhante 24 horas por dia. A superficialidade também tem seus encantos e momentos. O importante é não querermos ser nada mais, nada menos do que nós mesmos – 24 horas por dia.
(Para um grande amigo, que reclamou do meu último post – “impessoal e triste”, segundo ele – com quem eu adoro jogar conversa fora. Pena que ele mora longe...).
Ninguém é 100% “glamour” 24 horas por dia. Ninguém é brilhante 24 horas por dia. A superficialidade também tem seus encantos e momentos. O importante é não querermos ser nada mais, nada menos do que nós mesmos – 24 horas por dia.
(Para um grande amigo, que reclamou do meu último post – “impessoal e triste”, segundo ele – com quem eu adoro jogar conversa fora. Pena que ele mora longe...).
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
lucro
"Viver plenamente cada segundo é aceitar morrer cada segundo. Tudo aquilo a que você não renuncia vira motivo de temor. Tudo aquilo que você se apega, retém-no, aprisiona-o. Se quer se liberar, relaxe. (...) Se parássemos de comparar, encontraríamos a inesgotável riqueza do que nos é dado e as virtualidades infinitas de cada situação.(...)Todo desprendimento, toda renúncia, é uma pequena morte. Devemos aceitar morrer. Morrer da morte das imagens. Perecer da morte do que nos impede de viver. Morrer da morte do ego".
Pierre Levy
Pierre Levy
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
A arca
Parece milagre
Um cerro sem praça
Arca
Do Borel
Emplaca
Um gol de placa
Menino soturno
Criança
Do mundo
Da espada
Da faca
Da macacada
Taciturno
Camarada
Acorda no chute
Embate
De mundos
Assunto
Da molecada
Corre pra urbe
Em casa
A maca
Da mulherada
Presépio de cobre
Dinheiro de Marte
Dom
Da batucada
Revida o chute
Dia sem nuvem
E o som
Da cavalhada
Foto: Henri Cartier-Bresson
Um cerro sem praça
Arca
Do Borel
Emplaca
Um gol de placa
Menino soturno
Criança
Do mundo
Da espada
Da faca
Da macacada
Taciturno
Camarada
Acorda no chute
Embate
De mundos
Assunto
Da molecada
Corre pra urbe
Em casa
A maca
Da mulherada
Presépio de cobre
Dinheiro de Marte
Dom
Da batucada
Revida o chute
Dia sem nuvem
E o som
Da cavalhada
Foto: Henri Cartier-Bresson
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Voltas
Não gosto dos excessos. Talvez por isso estime tanto uma boa imagem. O pouco que perturba é o que me interessa de fato. Nem sou assim tão minimalista, mas me cansam os exageros que banalizam histórias e sentimentos. Prezo pela economia, num mundo onde se supervaloriza o muito. Em meio ao turbilhão de compromissos, palavras e compras, perdemos o intangível. E quase tudo o que realmente importa tem um quê de inefabilidade.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Ano Novo
Entre conversas e garfadas, Bia já nem ouvia mais nada. Era só ela e o pensamento. Fazia tempo que ela não parava. Até porque parar, pra ela, significava colocar tudo na balança, analisar, refletir. E ela andava numa onda de deixar tudo correr... Era mais fácil assim. Mas dessa vez estava sendo diferente. Aquele momento era sim de isolamento, mas sem a habitual check list dos deveres cumpridos e por cumprir. Bia agradeceu, sem saber para quem ou o quê. Apenas agradeceu. A ansiedade acalmou, os pensamentos (que não param nunca) trouxeram à memória cheiros, músicas, caminhos, cores, texturas, histórias...
Bia descobriu que existe mesmo um lugar atrás do pensamento.
Foto: Vanessa Amaral (caminito, Arg)
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